Aqui está mais uma critica inteligente ... chego à conclusão que ainda há criticos com cérebro neste país! lol
E começo realmente a gostar deste João Lopes! :)
A tradição Tony Silva
1. Herman. Dos tempos herói-cos do Tony Silva até ao actual programa Hora H (SIC – noites de domingo), o mundo deu muitas voltas, o trabalho de Herman José também e não serei eu a pretender ter uma visão “única” sobre os seus altos e baixos (mal ou bem, escrevi muitas vezes, e em tons muito diversos, sobre esse trabalho). Em todo o caso, mesmo com desequilíbrios, Hora H confirma que Herman é um dos nossos criadores televisivos com uma visão mais ágil e mais inteligente sobre a televisão como fenómeno e, sobretudo, como linguagem.2. Linguagem. Figura modelar desse reino da “espontaneidade” que a televisão pretende ser, Herman tende a mostrar que... a espontaneidade não existe! Tudo é linguagem. Nos seus melhores momentos, os seus programas de humor fornecem-nos armas (perversas, sem dúvida) para lidarmos com as imposturas quotidianas da televisão. Depois de um arranque incerto e hesitante, Hora H está a encontrar o tom justo para o seu próprio projecto (obviamente reminiscente do saudoso Tal Canal): primeiro, foram secundarizadas as “derivações” menos interessantes (a personagem do “ucraniano” não encaixa neste universo e “bonecos” como o realizador brasileiro Edmilson Fitipaldi Filho carecem de potencialidades para aguentar muitas variações), sendo dada maior importância narrativa às situações que têm a ver com os programas do próprio canal de televisão (“Cnn”); depois, encontrou-se uma montagem cada vez mais ágil e contrastada; finalmente, têm surgido algumas magníficas personagens (por exemplo, o prof. Eduardo “Sabe” ou o entrevistado que acordou de um coma de 28 anos).3. Músicas. O episódio de ontem (29 de Abril) — com o homem do coma, o vulcão de Cracatoa, a bombista distraída, etc. — foi, claramente, o mais conseguido até agora, tirando o melhor partido dos talentos do elenco. Pela primeira vez, tivemos a sensação de um programa coeso, não de uma mera colagem de sketches (mais ou menos conseguidos). Os números musicais, na melhor tradição do Tony Silva, ilustram de forma exemplar o sentido criativo, a subtileza crítica e alegria do Hora H — de programas anteriores, aqui ficam alguns extractos encontrados no YouTube, incluindo o já clássico “Trio Admira-te”.
1. Herman. Dos tempos herói-cos do Tony Silva até ao actual programa Hora H (SIC – noites de domingo), o mundo deu muitas voltas, o trabalho de Herman José também e não serei eu a pretender ter uma visão “única” sobre os seus altos e baixos (mal ou bem, escrevi muitas vezes, e em tons muito diversos, sobre esse trabalho). Em todo o caso, mesmo com desequilíbrios, Hora H confirma que Herman é um dos nossos criadores televisivos com uma visão mais ágil e mais inteligente sobre a televisão como fenómeno e, sobretudo, como linguagem.2. Linguagem. Figura modelar desse reino da “espontaneidade” que a televisão pretende ser, Herman tende a mostrar que... a espontaneidade não existe! Tudo é linguagem. Nos seus melhores momentos, os seus programas de humor fornecem-nos armas (perversas, sem dúvida) para lidarmos com as imposturas quotidianas da televisão. Depois de um arranque incerto e hesitante, Hora H está a encontrar o tom justo para o seu próprio projecto (obviamente reminiscente do saudoso Tal Canal): primeiro, foram secundarizadas as “derivações” menos interessantes (a personagem do “ucraniano” não encaixa neste universo e “bonecos” como o realizador brasileiro Edmilson Fitipaldi Filho carecem de potencialidades para aguentar muitas variações), sendo dada maior importância narrativa às situações que têm a ver com os programas do próprio canal de televisão (“Cnn”); depois, encontrou-se uma montagem cada vez mais ágil e contrastada; finalmente, têm surgido algumas magníficas personagens (por exemplo, o prof. Eduardo “Sabe” ou o entrevistado que acordou de um coma de 28 anos).3. Músicas. O episódio de ontem (29 de Abril) — com o homem do coma, o vulcão de Cracatoa, a bombista distraída, etc. — foi, claramente, o mais conseguido até agora, tirando o melhor partido dos talentos do elenco. Pela primeira vez, tivemos a sensação de um programa coeso, não de uma mera colagem de sketches (mais ou menos conseguidos). Os números musicais, na melhor tradição do Tony Silva, ilustram de forma exemplar o sentido criativo, a subtileza crítica e alegria do Hora H — de programas anteriores, aqui ficam alguns extractos encontrados no YouTube, incluindo o já clássico “Trio Admira-te”.
7 comentários:
Concordo plenamente com o que foi dito. O programa de ontem foi muito bem conseguído. O bombista distraído foi fantástico, principalmente na parte em que entra no gabinete do raposinho e ele pega na arma e dá o tiro.
Sem dúvida !
Nem sabes como o Herman adora andar aos tiros! lol É muito tiroteiro !
Então afinal a Maria Vieira voltou??
Não voltou, eles é que já tinham aquele sketch grava à imenso tempo, calhou ser mostrado agora, veio no seguimento da piada da Chica Pardoca!
O Hora H está cada vez melhor. Eu sei que sou suspeito para dizer isto, mas como espectador assíduo do programa desde o 1º episódio tenho reparado na evolução do Hora H a todos os níveis. As alterações que fizeram na estrutura para combater o horário tardio dinamizou e muito o programa. As interpretações são excelentes. Os textos e as músicas estão muito actuais, mas o humor nos sketches consegue ser intemporal. Quase todas as semanas tem aparecido um sketch memorável: Helder Tachinho, O homem Estalinho, Homem que Acorda do Coma, Eduardo sabe, etc... O Hora H tem tudo para ter sucesso, infelizmente o horário tardio é um tiro no pé por parte da SIC.
sem dúvida sócio, é um triste o tratamento que a Sic dá ao Hora H, enfim estou convencida que melhores dias estão a chegar, até porque, como me disse o Herman, o Hora H anda mesmo com um ritmo infernal ! :) E ninguém pára o Herman, e ninguém pára o Herman, ninguém pára o Herman allez ooohh!
exactamente, também acho que ela apareceu no seguimento da piada da chica pardoca, talvez para calar rumores de mau ambiente entre os dois.
quanto ao modo como a sic trata o hora h, já estou como alguém diz na "nova gente", esta quase a hora que estava o "levanta-te e ri".
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