Ana Bola deixou o Hora H, mas não há ressentimentos. Herman José compreende e investe em “sangue novo”. A atitude é de absoluta serenidade.
Como reagiu à saída da Ana Bola ?
Já passámos por este processo quando acabou o Casino Royal. Discutimos, fomos emotivos e a Ana foi à vida dela. Em 2000, venho para a SIC e, da mesma maneira que agora a Ana diz que não se revê e que quer ter outras experiências, disse na altura que queria voltar à famiília. Foi ficando. Do nosso ponto de vista, é pacífico, mas percebo que para o espectador seja complicado. O que me custa é que se pense: “Parece impossível uma amiga deixar um amigo numa altura destas”.
Mas é o que todos pensam.
O que é perfeitamente falso. A última grande crise foi o Hora H ter sido deslocado para um horário difícil. Mas a altura é gloriosa, sentimos na rua os miúdos a dizerem “somos homens ou não somos homens” ou a mandarem o beijinho. Temos a noção de que é um grande produto de televisão. O ritmo é que é violento, porque trabalhamos mais numa tarde do que no HermanSic inteiro. Há uma diferença substancial na relação cachet, trabalho, tempo, resultados.
Foi isso que levou o Monchique, Maria Vieira e Ana Bola a partirem ?
O Monchique exclui à partida a hipótese de travar a vida dele com este projecto. A Vieira sentiu-se descontente por não ter o mesmo tratamento no HermanSic, onde as coisas eram lineares e fáceis. E agora a Ana Bola começou a sentir que não nos estava a acompanhar no nosso entusiasmo.
Ela utilizou a frase “sinto-me um pouco frustrada”
Eventualmente, ela não se sente bem utilizada dentro do contexto.
Mas porque estão a ir embora ?
Prefiro essa ideia do que aquela em que eu apareço como um ingrato que, depois de tantos anos, está a renovar o elenco e a correr com os amigos. Isso deixar-me-ia triste. Jamais despediria alguém.
Mas é menos uma pessoa do seu lado.
Sim. É menos uma pessoa do meu lado, mas entra sangue novo, o que é muito importante num projecto. A vinda do António Machado traz mais-valias porque é um maravilhoso imitador de vozes que vou potenciar para as actualidades, que tem sido o único defict do programa. Não quero que seja como os Gato, mas precisa de mais actualidade. Se tivesse orçamento para ter 12 pessoas, seria maravilhoso.
Então, há o factor monetário que está a pesar nas decisões.
Não diria nos actores. Não acho que mais ou menos 25 tostões fizessem a diferença.
A Ana Bola pode voltar?
A saída de um projecto destes é sempre irreversível. Mas o regresso dela não é irreversível em 2008. estamos a fazer tudo menos a brincar aos programas e tenho a convicção profunda de que vai ser de culto como acabaram os outros. Tenho é de cortar a direito. Não posso estar com dúvidas e tíbiezas.
Para quem já teve a sensação do êxito, tem saudades dele?
Não, porque jã não sou a mesma pessoa. Não posso concorrer com os Gato ou com o Ricardo porque já não tenho 30 anos. Ele merece cada milímetro do sucesso que tem e olho para ele com ternura e espanto. Não com inveja. No entanto, tenho obrigação de me impor por outra via. Os grandes apoiantes do Hora H são justamente os Gato, o que é nobre da parte deles. Têm sido de um gentileza....
Nobreza e gentileza...isso chega-lhe ?
Chega porque estou sempre a começar do princípio. Depois do que me aconteceu no passado recente, nada é difícil. Estava cansado de ser notícia pelas razões erradas. Adoro ser notícia por razões profissionais, mesmo quando são desagradáveis. Mesmo quando põem na capa : “ Até Ana Bola abandona Herman”. Parece que estou coitadinho, isolado no meio da desgraça. Comparativamente, esta polémica é maravilhosa. Até o desaire que sofremos com o programa exibido às 21h45 horas foi pelas boas razões.
Não foi uma tentativa de implosão do formato ?
Não, de maneira nenhuma
Mas porquê aquele fim de semana, de final de campeonato de futebol , do Gato ?
Não escolhemos o dia. Achei que estávamos em condições para que acontecesse um milagre. Estava longe de imaginar que não tivéssemos capacidade de ir além dos 12. foi perfeitamente catastrófico. Nenhum canal comercial pode aguentar um susto daqueles.
A mudança não crucificou o Hora H?
Fica-me mal dizer isto, mas as crucificações têm vantagens: dão publicidade. Jesus Cristo foi crucificado e ainda se fala dele dois mil anos depois. É das marcas que melhor vende. Atrás de cada crucificação, não deixo de achar divertido a quantidade de páginas que se escreve à volta de um assunto. Sou muito vigiado.
Os Gato não ameaçam essa vigilância sobre o Herman ?
São uma feroz concorrência, elevaram a bitola para os programas de humor. Por outro lado, acabaram de vez com o argumento de que só o mau é que vende. Tira-me a mim o argumento de que o público não me percebe porque eu sou um ser iluminado.
Esse foi, aliás, o argumento corrente durante muito tempo.
Foi. Lembro-me de que o Herman Enciclopédia foi sempre minoritário.
É difícil trabalhar sem esse argumento?
Quem tem unhas é que toca guitarra e há que ter humildemente a capacidade de dizer : esta melodia nao pega...
Preocupa-o o final deste ano?
(Pausa) Não.
Por que demorou a dar a resposta ?
A ausência de preocupação é recente. Estou decidido a fazer uma paragem de, pelo menos, três meses. É um corte para ver o que vou fazer... tenho também os espectáculos.
Falo em televisão
Mas porquê ser escravo da televisão ? não seria nada necessário. Não me preocupa realmente o futuro.
Férias
Tem medo de ficar sozinho ?
Tenho fama de rico, o que me diverte e nunca desminto. Mas onde sou realmente milionário é nos amigos que , não tendo muitos, são-me fiéis e duram há anos.
Também tem fama de frio.
Também me agrada. Isso protege-me as pessoas põem-me num pedestal e prefiro que não saibam toda a verdade (risos)
É vaidoso?
Não tenho razões. Se tivesse o corpo ou a cara do José Fidalgo ou do Brad Pitt, ai era. Sou um senhor de meia idade, pouco mais.
Está em forma?
Não sou desleixado. Estava a desistir de mim próprio e de há seis anos para cá tive mais cuidado.
Vai de férias em agosto para onde?
Vou muito para o Algarve. Ganhei rotinas muito engraçadas, com o meu sashimi e com a ginástica. Comecei a dar valor ao apartamento e aos pequenos-almoços ao sol.
Como reagiu à saída da Ana Bola ?
Já passámos por este processo quando acabou o Casino Royal. Discutimos, fomos emotivos e a Ana foi à vida dela. Em 2000, venho para a SIC e, da mesma maneira que agora a Ana diz que não se revê e que quer ter outras experiências, disse na altura que queria voltar à famiília. Foi ficando. Do nosso ponto de vista, é pacífico, mas percebo que para o espectador seja complicado. O que me custa é que se pense: “Parece impossível uma amiga deixar um amigo numa altura destas”.
Mas é o que todos pensam.
O que é perfeitamente falso. A última grande crise foi o Hora H ter sido deslocado para um horário difícil. Mas a altura é gloriosa, sentimos na rua os miúdos a dizerem “somos homens ou não somos homens” ou a mandarem o beijinho. Temos a noção de que é um grande produto de televisão. O ritmo é que é violento, porque trabalhamos mais numa tarde do que no HermanSic inteiro. Há uma diferença substancial na relação cachet, trabalho, tempo, resultados.
Foi isso que levou o Monchique, Maria Vieira e Ana Bola a partirem ?
O Monchique exclui à partida a hipótese de travar a vida dele com este projecto. A Vieira sentiu-se descontente por não ter o mesmo tratamento no HermanSic, onde as coisas eram lineares e fáceis. E agora a Ana Bola começou a sentir que não nos estava a acompanhar no nosso entusiasmo.
Ela utilizou a frase “sinto-me um pouco frustrada”
Eventualmente, ela não se sente bem utilizada dentro do contexto.
Mas porque estão a ir embora ?
Prefiro essa ideia do que aquela em que eu apareço como um ingrato que, depois de tantos anos, está a renovar o elenco e a correr com os amigos. Isso deixar-me-ia triste. Jamais despediria alguém.
Mas é menos uma pessoa do seu lado.
Sim. É menos uma pessoa do meu lado, mas entra sangue novo, o que é muito importante num projecto. A vinda do António Machado traz mais-valias porque é um maravilhoso imitador de vozes que vou potenciar para as actualidades, que tem sido o único defict do programa. Não quero que seja como os Gato, mas precisa de mais actualidade. Se tivesse orçamento para ter 12 pessoas, seria maravilhoso.
Então, há o factor monetário que está a pesar nas decisões.
Não diria nos actores. Não acho que mais ou menos 25 tostões fizessem a diferença.
A Ana Bola pode voltar?
A saída de um projecto destes é sempre irreversível. Mas o regresso dela não é irreversível em 2008. estamos a fazer tudo menos a brincar aos programas e tenho a convicção profunda de que vai ser de culto como acabaram os outros. Tenho é de cortar a direito. Não posso estar com dúvidas e tíbiezas.
Para quem já teve a sensação do êxito, tem saudades dele?
Não, porque jã não sou a mesma pessoa. Não posso concorrer com os Gato ou com o Ricardo porque já não tenho 30 anos. Ele merece cada milímetro do sucesso que tem e olho para ele com ternura e espanto. Não com inveja. No entanto, tenho obrigação de me impor por outra via. Os grandes apoiantes do Hora H são justamente os Gato, o que é nobre da parte deles. Têm sido de um gentileza....
Nobreza e gentileza...isso chega-lhe ?
Chega porque estou sempre a começar do princípio. Depois do que me aconteceu no passado recente, nada é difícil. Estava cansado de ser notícia pelas razões erradas. Adoro ser notícia por razões profissionais, mesmo quando são desagradáveis. Mesmo quando põem na capa : “ Até Ana Bola abandona Herman”. Parece que estou coitadinho, isolado no meio da desgraça. Comparativamente, esta polémica é maravilhosa. Até o desaire que sofremos com o programa exibido às 21h45 horas foi pelas boas razões.
Não foi uma tentativa de implosão do formato ?
Não, de maneira nenhuma
Mas porquê aquele fim de semana, de final de campeonato de futebol , do Gato ?
Não escolhemos o dia. Achei que estávamos em condições para que acontecesse um milagre. Estava longe de imaginar que não tivéssemos capacidade de ir além dos 12. foi perfeitamente catastrófico. Nenhum canal comercial pode aguentar um susto daqueles.
A mudança não crucificou o Hora H?
Fica-me mal dizer isto, mas as crucificações têm vantagens: dão publicidade. Jesus Cristo foi crucificado e ainda se fala dele dois mil anos depois. É das marcas que melhor vende. Atrás de cada crucificação, não deixo de achar divertido a quantidade de páginas que se escreve à volta de um assunto. Sou muito vigiado.
Os Gato não ameaçam essa vigilância sobre o Herman ?
São uma feroz concorrência, elevaram a bitola para os programas de humor. Por outro lado, acabaram de vez com o argumento de que só o mau é que vende. Tira-me a mim o argumento de que o público não me percebe porque eu sou um ser iluminado.
Esse foi, aliás, o argumento corrente durante muito tempo.
Foi. Lembro-me de que o Herman Enciclopédia foi sempre minoritário.
É difícil trabalhar sem esse argumento?
Quem tem unhas é que toca guitarra e há que ter humildemente a capacidade de dizer : esta melodia nao pega...
Preocupa-o o final deste ano?
(Pausa) Não.
Por que demorou a dar a resposta ?
A ausência de preocupação é recente. Estou decidido a fazer uma paragem de, pelo menos, três meses. É um corte para ver o que vou fazer... tenho também os espectáculos.
Falo em televisão
Mas porquê ser escravo da televisão ? não seria nada necessário. Não me preocupa realmente o futuro.
Férias
Tem medo de ficar sozinho ?
Tenho fama de rico, o que me diverte e nunca desminto. Mas onde sou realmente milionário é nos amigos que , não tendo muitos, são-me fiéis e duram há anos.
Também tem fama de frio.
Também me agrada. Isso protege-me as pessoas põem-me num pedestal e prefiro que não saibam toda a verdade (risos)
É vaidoso?
Não tenho razões. Se tivesse o corpo ou a cara do José Fidalgo ou do Brad Pitt, ai era. Sou um senhor de meia idade, pouco mais.
Está em forma?
Não sou desleixado. Estava a desistir de mim próprio e de há seis anos para cá tive mais cuidado.
Vai de férias em agosto para onde?
Vou muito para o Algarve. Ganhei rotinas muito engraçadas, com o meu sashimi e com a ginástica. Comecei a dar valor ao apartamento e aos pequenos-almoços ao sol.
E o Barco ?
São viagens mais pequenas. Vou ao largo, ouço música, apanho sol, almoço, tomo banho e regresso. Um dia, cansei-me das viagens grandes numa travessia com a Mariza. Apanhámos uma tempestade, correu mal.
E as férias com o Monchique e a Ana Bola ?
Com eles nunca foram férias formais, eram apenas por alguns dias. Também viajo imenso, devido aos meus espectáculos no estrangeiro. Adoro viagar.
Vai à procura de promoções?
Não, nunca faço contas quando vou de viagem ou ao supermercado.
Com a mudança de contrato terá passado a receber menos, como gere esse decréscimo?
A coluna dorsal da minha vida ainda são os espectáculos. São a minha principal fonte de subsistência.
Não se cansa da estrada ?
Não, porque hoje já tem outra qualidade.
Mas aos 53 anos é duro?
Não, porque consigo fazer muita coisa ao mesmo tempo. Posso aproveitar para passear, vou às compras. E não me sinto com 53 anos.
São viagens mais pequenas. Vou ao largo, ouço música, apanho sol, almoço, tomo banho e regresso. Um dia, cansei-me das viagens grandes numa travessia com a Mariza. Apanhámos uma tempestade, correu mal.
E as férias com o Monchique e a Ana Bola ?
Com eles nunca foram férias formais, eram apenas por alguns dias. Também viajo imenso, devido aos meus espectáculos no estrangeiro. Adoro viagar.
Vai à procura de promoções?
Não, nunca faço contas quando vou de viagem ou ao supermercado.
Com a mudança de contrato terá passado a receber menos, como gere esse decréscimo?
A coluna dorsal da minha vida ainda são os espectáculos. São a minha principal fonte de subsistência.
Não se cansa da estrada ?
Não, porque hoje já tem outra qualidade.
Mas aos 53 anos é duro?
Não, porque consigo fazer muita coisa ao mesmo tempo. Posso aproveitar para passear, vou às compras. E não me sinto com 53 anos.
6 comentários:
Muito Boa esta entrevista, este blog tá o máximo, bjs Sócia ;)
Paulo José, José da parte dos Hermans Josés
Grande entrevista, não tanto pelas perguntas mas gostei das respostas!
Um beijo enorme da tua sempre FÃ!
Antes demais digo que desde que descobri este "Blog", é uma tentação para mim e isto deve-se ao facto de eu ser louca pelo Herman. Acrescento ainda que não sou fanática pela internet, mas isto realmente é maravilhoso porque de uma maneira mais rápida nós temos alguma informação daquilo que se passa e podemos opinar. Ainda assim nada me garante que este "Blog" é como parece, a Joana que me desculpe por este meu comentário, mas sabe este mundo está tão complicado que por mim ainda sinto alguma desconfiança. Em relação á entrevista do Herman eu tenho uma opinião, eu conheci o Herman, nunca o tinha visto pessoalmente e hoje eu guardo aquele momento como um dos melhores acontecimentos da minha vida. Penso que aquilo que está acontecendo com os actores do Herman, ele não tem culpa, embora confesso que fiquei triste com a saída da Ana Bola. Também pensei "Parece impossivel uma amiga deixar um amigo numa altura destas", digo isto porque eu via aquela equipa como se fosse uma familia, contudo a familia tambem aos poucos vai-se transformando, ora aumenta, ora diminui nunca é sempre igual. No caso dos actores do Herman, é natural que surga algum descontentamento e as pessoas querem mudar. Fazendo referência a uma frase da entrevista "Até a Ana Bola abandona Herman." "Coitadinho" não se aplica ao Herman porque ele tem tudo, tem Personalidade, Caracter e muita Dignidade.Estas qualidades talvez não fazem parte do ser como pessoa daqueles que tanto o criticam, então aí esses sim, são uns coitadinhos. Um homem como ele nunca fica sozinho, porque ele tem um coração do tamanho do mundo. Sou daquelas fãs dele que o tem num pedestal, mas frieza, foi coisa que não vi no Herman, pelo contrário, vi muito calor humano e uma gentileza fabulosa! O Herman tem um brilho muito próprio dele, disso ninguém o consegue tirar. Ele já passou situações tão difíceis e o seu brilho nunca o perdeu. Não é agora que o vai perder, por causa de meia duzia de malfeitores. Herman eu gosto muito de Ti! Quero ver-te um dia destes!
Emanuela
Emanuela, sinceramente não entendi bem o que queres dizer com..."nada me garante que este Blog é como parece"...
O Herman é um homem inteligente, sabe lidar perfeitamente com este tipo de situações. É um "profissionalão" de televisão e entende o medium como nenhum outro.
Penso que é por isso que o "Hora H"tem melhorou desde o primeiro episódio, notou-se que havia uma tentativa de fazer diferente, de experiemntar, e depois limaram-se as arestas.
E funcionou.
JP
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